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Out 11

René Tavares expõe em Londres

A exposição, cujas obras ficam patentes até ao próximo dia 29, faz uma incursão à diásporas africana.
A curadoria é da arquitecta Paula Nascimento, vencedora do Leão de Ouro para Melhor Participação Nacional, na Bienal de Veneza 2013, apresenta um conjunto de mais de 10 obras, entre as quais sete inéditas, e uma instalação.
As peças resultam de um processo de produção e pesquisa que atravessa os domínios da fotografia de arquivo e da pintura, e a instalação “Piá mú”, a qual integra um conjunto de três obras já apresentadas em Portugal.
A exposição reflecte, também, as formas de miscigenação que ocorreram, assim como o processo criativo do artista ao ritmo de uma mestização que sobrepõe tempos, lugares e suportes, diluindo as fronteiras estanques entre domínios.
Gênese
O título resgata uma expressão idiomática portuguesa antiga, “para inglês ver”, usada pelo artista de forma eloquente para explorar questões históricas e sociopolíticas que moldaram o processo de construção identitário de muitas nações africanas.
O termo “para o inglês ver” surgiu na década de 1830, no Brasil, quando a Inglaterra apelou àquele país para que promulgasse legislação destinada a travar o tráfico negreiro, de formas a restringir o comércio de escravos.
No entanto, a expressão persistiu no tempo como sinónimo de superficialidade, sendo com esse mesmo sentido resgatada pelo artista para destacar temas profundamente interligados com questões históricas e sociopolíticas que moldaram a construção de várias nações africanas.

Fonte: Jornal de Angola