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Set 28

A formação intelectual de Agostinho Neto

O processo de formação intelectual de Agostinho Neto tem uma dimensão ética que se analisa em virtudes constitutivas da sua condição de intelectual orgânico. A avaliação de tais qualidades exige um conhecimento da genealogia do seu pensamento cultural
O momento genealógico inicial situa-se na década de 40 do século XX. Pode ser observado em dois textos de opinião, publicados em “O Estandarte”, jornal da Igreja Metodista, nomeadamente “A Nova Ordem Começa em Nossa Casa” e “A Paz que Queremos”, entre 1944 e 1945. Mas é com “Instrução ao Nativo”, publicado igualmente em “O Estandarte” em 1945 e com “Uma causa psicológica: A ‘Marcha’ para o Exterior” e “Uma Necessidade”, publicados no jornal “O Farolim”, em 1946, que o discurso nacionalista revela as marcas do nativismo angolano das primeiras décadas do século XX. Justifica-se, por issso, o desenvolvimento de uma abordagem que privilegie o quadro mais amplo da história intelectual de Angola.

Agostinho Neto nasceu às cinco horas do dia 17 de Setembro de 1922 em Kaxicane, localidade da circunscrição civil de Icolo e Bengo cuja sede se encontrava situada em Catete. Nessa data, o pai, Agostinho Pedro Neto, era pastor da chamada “Missão Americana de Luanda”, tendo sido ordenado presbítero em 1925. Em 1930 a família fixa residência no Bairro Operário, em Luanda, onde seu pai assumiria a responsabilidade de chefiar o colectivo local de pastores da Igreja Metodista.

Fonte: Jornal de Angola